Melhores Práticas de Versionamento Semântico: Como Aplicar SemVer com Segurança nos Seus Projetos

Introdução: Por que o versionamento semântico importa?
Imagine atualizar uma dependência no seu projeto e tudo quebrar de repente. Ou então, descobrir que uma nova versão de uma biblioteca não traz nenhuma mudança relevante, mesmo tendo mudado de 1.2.0
para 2.0.0
.
Esses cenários geralmente acontecem por falta de um bom versionamento. E é aí que entra o versionamento semântico — uma convenção que facilita a comunicação entre desenvolvedores e garante previsibilidade ao evoluir um projeto.
O que é versionamento semântico (SemVer)?
O versionamento semântico segue a estrutura MAJOR.MINOR.PATCH
(ex: 2.4.1
), e cada parte tem um significado:
-
MAJOR: Mudanças que quebram compatibilidade com versões anteriores.
-
MINOR: Novas funcionalidades, mas ainda compatíveis com versões anteriores.
-
PATCH: Correções de bugs ou melhorias internas sem mudanças de comportamento.
Exemplo prático:
Se sua biblioteca está na versão 1.3.2
, e você corrigiu um bug:
# Novo versionamento:
1.3.3
Se você adicionou uma nova função sem quebrar nada:
# Novo versionamento:
1.4.0
Se você alterou o comportamento de uma função existente:
# Novo versionamento:
2.0.0
Como aplicar versionamento semântico no seu projeto
1. Comece com 1.0.0
Evite a tentação de começar em 0.1.0
. Segundo a especificação oficial do SemVer, versões abaixo de 1.0.0
são instáveis e não seguem a semântica com rigor.
2. Documente sua API
Para saber quando uma mudança é "quebra de compatibilidade", você precisa saber o que está sendo prometido ao usuário (métodos públicos, formatos de entrada/saída etc.).
3. Use ferramentas de controle de versão (como Git)
Combine SemVer com tags no Git:
git tag -a v1.2.0 -m "Adiciona suporte a múltiplos usuários"
git push origin v1.2.0
4. Integre no CI/CD
Configure seu pipeline para validar ou até publicar versões com base nos tipos de mudanças. Ferramentas como semantic-release
podem automatizar isso com base em mensagens de commit.
Boas práticas no versionamento semântico
✅ Planeje mudanças e comunique no CHANGELOG.md
✅ Use commits descritivos (fix:
, feat:
, BREAKING CHANGE:
)
✅ Mantenha consistência ao longo do tempo
✅ Utilize tags Git para facilitar rastreamento
✅ Automatize, mas não terceirize 100% a lógica de versão
Erros comuns e como evitá-los
❌ Ignorar mudanças públicas: alterar um endpoint sem alterar a versão major.
✔️ Solução: liste os pontos de integração externa e atualize a versão com base neles.
❌ Versão major zero para sempre: manter um projeto em 0.x
por anos transmite a ideia de instabilidade.
✔️ Solução: ao atingir estabilidade mínima, suba para 1.0.0
e siga SemVer.
❌ Versionar por quantidade de mudanças, não por impacto: atualizar de 1.0.0
para 2.0.0
só porque houve 10 alterações pequenas.
✔️ Solução: versionamento deve refletir impacto na compatibilidade, não volume de trabalho.
Conclusão
O versionamento semântico é simples de entender, mas poderoso quando bem aplicado. Ele ajuda a manter a confiança na evolução do projeto, facilita integrações e reduz surpresas indesejadas.
🔧 Se você ainda não aplica SemVer com rigor, comece hoje mesmo!