DDD para Frontend: quando e por que investir em Domain-Driven Design

Introdução: por que falar de DDD no Frontend?
No universo frontend, as aplicações crescem em complexidade. Componentes se multiplicam, regras de negócio se espalham e gerenciar estados vira um desafio. Domain-Driven Design (DDD) surge do backend para organizar e dar sentido ao código. Mas será que vale a pena aplicar DDD no frontend? Neste post, vamos contextualizar a necessidade, mostrar conceitos essenciais e apresentar exemplos práticos.
O que é Domain-Driven Design?
Domain-Driven Design é uma abordagem que prioriza o domínio da aplicação (regras de negócio) e a colaboração entre desenvolvedores e especialistas. Seus pilares incluem:
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Entidades e Value Objects: modelos que representam objetos do domínio e seus valores.
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Aggregates: limites que garantem consistência transacional.
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Services e Repositories: abstrações para comportamentos e persistência.
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Bounded Contexts: divisão da aplicação em áreas bem-definidas.
Como DDD se encaixa no Frontend
1. Bounded Contexts no Frontend
Separe sua aplicação em contextos (por exemplo: Auth
, Carrinho
, Catálogo
). Cada contexto tem sua própria pasta e modelos.
/src
/auth
AuthService.ts
UserEntity.ts
/cart
CartService.ts
CartItemVO.ts
2. Modelos ricos com Entities e Value Objects
Em vez de usar objetos literais, crie classes:
// UserEntity.ts
export class UserEntity {
constructor(
public readonly id: string,
public name: string,
private email: string
) {}
changeEmail(newEmail: string) {
if (!newEmail.includes('@')) throw new Error('E-mail inválido');
this.email = newEmail;
}
}
// CartItemVO.ts
export class CartItemVO {
constructor(
public readonly productId: string,
public readonly quantity: number
) {}
getTotalPrice(unitPrice: number) {
return unitPrice * this.quantity;
}
}
3. Serviços e Repositórios como abstrações
Trate chamadas HTTP ou state management como repositórios:
// CartRepository.ts
import axios from 'axios';
import { CartItemVO } from './CartItemVO';
export class CartRepository {
async fetchItems(): Promise<CartItemVO[]> {
const { data } = await axios.get('/api/cart');
return data.map((i: any) => new CartItemVO(i.productId, i.qty));
}
}
Boas práticas para implementar DDD no Frontend
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Isolar lógicas de negócio: mantenha serviços e entidades separados de componentes de UI.
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Nomear consistentemente: use termos do domínio, não abreviações vagas.
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Manter pastas coesas: um contexto = uma pasta com modelos, serviços e hooks.
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Testes unitários nos modelos: valide regras de negócio diretamente nos Entities e VOs.
Possíveis armadilhas e como evitá-las
Erro Comum | Como Evitar |
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Excesso de abstrações | Avalie a complexidade real antes de criar camadas |
Misturar estado de UI com domínio | Use hooks/custom hooks para UI e insira serviços |
Definir VOs sem lógica | Inclua validações/regras no construtor |
Bounded Context não isolados | Adote convenções de import/export restritivas |
Conclusão: DDD no Frontend é para você?
DDD no frontend faz sentido quando a aplicação ultrapassa dezenas de componentes e regras de negócio complexas. Projetos pequenos ou protótipos podem sofrer com overhead. Se sua equipe valoriza código organizado, testes focados e colaboração com o time de negócio, DDD traz clareza e escalabilidade.